segunda-feira, 9 de junho de 2014

Hoje é Dia Nacional de Anchieta - 9 de junho


Anchieta escreveu duas obras especializadas: Arte de gramática da língua mais falada na costa do Brasil e Vocabulário tupi-guarani. Seus métodos de ensino foram adotados durante muitos anos nas escolas dos jesuítas brasileiros. Por seu trabalho dirigido à catequese, à educação e à fundação de hospitais e por muitos serviços prestados à população, José de Anchieta recebeu dos historiadores o título de Apóstolo do Brasil.

José de Anchieta nasceu a 19 de março de 1534, em São Cristóvão de Laguna, na ilha de Tenerife, a maior do arquipélago das Canárias. Era filho de família nobre e estudou humanidades na Universidade de Coimbra, tornando-se jesuíta muito jovem.
Chegou ao Brasil em 13 de julho de 1553. Embora tivesse apenas 19 anos, esse missionário, evangelizador e escritor recebeu a missão de dar continuidade à catequese e à educação dos índios, iniciadas pelo padre Manuel da Nóbrega, também jesuíta. Anchieta era profundo conhecedor de latim, português e castelhano; posteriormente, fez questão de aprender também o tupi, língua falada pelos índios.
Junto com outros jesuítas, Anchieta construiu um barracão em uma aldeia indígena, o qual serviu inicialmente de dormitório, enfermaria, refeitório, capela e oficina. Os índios eram chamados à catequese e ao batismo e instruídos na doutrina, repetindo as orações em português e na sua própria língua. Eles vinham do sertão, atraídos pela novidade. Os colonos portugueses se integraram também ao novo núcleo. O barracão, chamado de "colégio", cresceu com a dedicação dos jesuítas, que exerciam também as funções de carpinteiros e construtores.
Em 1554, foi celebrada a primeira missa no planalto, no pátio do Colégio da Companhia de Jesus, em torno do qual cresceu a pequena aldeia que, muitos anos depois, se tornaria a cidade de São Paulo.
Em 1563, durante a revolta dos tamoios, Anchieta e padre Manuel da Nóbrega, reféns dos índios procuraram conciliá-los com os colonos portugueses, arriscando a própria vida. Por isso foram considerados emissários da paz. Nesse período em que ficou prisioneiro, Anchieta escreveu, na areia da praia de Iperuí (hoje Iperoig), um poema à Virgem Maria, com mais de quatro mil versos. Ele os memorizou e os passou para o papel depois de o conflito haver terminado.
Em 1570, assumiu o cargo de reitor do Colégio do Rio de Janeiro. Em 1574, iniciou em São Vicente a catequese dos tapuias. Em 1577, foi nomeado provincial dos jesuítas no Brasil, cargo que exerceu até 1588. Fez visitas aos colégios de Olinda, Reritiba (hoje Anchieta no Espírito Santo), Rio de Janeiro, Santos, São Vicente, Itanhaém e São Paulo. Foi nomeado Superior do Colégio da Vila de Vitória e de quatro aldeias.
Anchieta escreveu duas obras especializadas: Arte de gramática da língua mais falada na costa do Brasil e Vocabulário tupi-guarani. Seus métodos de ensino foram adotados durante muitos anos nas escolas dos jesuítas brasileiros. Por seu trabalho dirigido à catequese, à educação e à fundação de hospitais e por muitos serviços prestados à população, José de Anchieta recebeu dos historiadores o título de Apóstolo do Brasil.
Em 1597, retornou à Reritiba, onde, enfraquecido e doente, veio a falecer em 9 de junho do mesmo ano. Os 44 anos de serviços prestados ao Brasil foram reconhecidos por mais de três mil índios que acompanharam, até Victória, seu cortejo fúnebre, que aumentava a cada passo. Todos choravam a morte de um homem que só teve uma ambição na vida: a cristianização do Brasil.
José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, foi beatificado pelo papa João Paulo II, em 1980. Foi canonizado, no dia 3 de abril de 2014. O Dia de Anchieta foi criado oficialmente pelo decreto federal no 55.588, de 18/01/1965, e sancionado pela lei no 5.196, de 24/12/1966.


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