quarta-feira, 9 de julho de 2014

Dia da Revolução Constitucionalista de 1932


O obelisco do Ibirapuera é uma homenagem a Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, mortos no dia 23 de maio. A obra simboliza uma espada fincada, ferindo o coração (simbolizado pela praça) do estado de São Paulo. Por isso, 23 de maio é o Dia da Juventude Constitucionalista (p. 255), para lembrar a memória desses estudantes vítimas da repressão, simbolizados pela sigla MMDC (iniciais dos quatro nomes).

São Paulo, o estado do café levantou-se contra a Revolução de 1930 e contra alguns políticos paulistas que apoiavam Getúlio Vargas. Os dirigentes do Partido Republicano Paulista (PRP) não se conformaram com a vitória da Revolução. A nomeação de um interventor em São Paulo desencadeou uma grande propaganda contra o governo federal, com lemas bem elucidativos: "São Paulo conquistado!", "São Paulo dominado por gente estranha!", "Convocação imediata da Constituinte!", "Tudo pela Constituição!".
Embora o interventor, ao sentir dificuldades para administrar o estado, tivesse pedido demissão, a onda de descontentamento e agitação prosseguiu. Na noite de 23 de maio de 1932, um grupo de populares tentou invadir a sede do partido favorável a Getúlio Vargas, na praça da República. Houve resistência; o resultado foi desastroso, com cinco vítimas fatais: os estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio, Camargo e Alvarenga (este veio a falecer alguns meses depois). Foi assim que, em 9 de julho de 1932, rebentou a Revolução Paulista. São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a grande reivindicação era a constitucionalização do país. Mas o estado paulista não conseguiu a adesão das oligarquias dos demais estados.
Em 1932, dos sete milhões de habitantes de São Paulo, mais da metade era de origem italiana. Para eles, a luta era em defesa da unidade nacional. Diante desse argumento, os interventores conseguiram grande número de voluntários para lutar contra os paulistas. Isso, contudo, não bastou. De todos os lados, as forças paulistas eram assediadas pelas tropas do governo federal. Para completar o cerco, uma esquadra bloqueou o litoral.
Para não reconhecer a derrota antes do tempo, a ordem do comando revolucionário era "durar", isto é, resistir a qualquer preço. A esperança de adesão dos outros estados se dissipou, totalmente, com a prisão dos líderes gaúcho e mineiro, ambos partidários do levante paulista.
A capitulação se deu a 1º. de outubro de 1932. Cerca de 135 mil paulistas lutaram, incansavelmente, por três meses. No dia 2 de outubro daquele ano, sem armas, sem munição e sem o apoio de outros estados, São Paulo foi obrigado a se render às forças de Vargas. Os principais chefes da revolução foram detidos e exilados na Europa, para que não pudessem concorrer às eleições nem votar.
Getúlio venceu a Revolução, mas percebeu que era difícil governar sem as oligarquias paulistas. Para não perder o poder, Vargas decidiu nomear a comissão de constitucionalização. Em 25 de julho, ordenou o alistamento eleitoral e, depois, convocou a Assembléia Constituinte.
Em 1997, o governador de São Paulo decretou feriado estadual o dia 9 de julho, para homenagear o Dia do Soldado Constitucionalista.
O obelisco do Ibirapuera é uma homenagem a Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, mortos no dia 23 de maio. A obra simboliza uma espada fincada, ferindo o coração (simbolizado pela praça) do estado de São Paulo. Por isso, 23 de maio é o Dia da Juventude Constitucionalista (p. 255), para lembrar a memória desses estudantes vítimas da repressão, simbolizados pela sigla MMDC (iniciais dos quatro nomes).

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