sábado, 2 de junho de 2012

Culinárias brasileira e mexicana inspiram emissão conjunta


Os Correios lançaram na última sexta-feira (1/6), dois selos e um envelope 1º Dia de Circulação emissão conjunta Brasil-México, inspirada nos aspectos comuns da culinária dos dois países.
Os selos “Comida tradicional à base de milho e mandioca” que integram a Série Relações Diplomáticas, foram lançados oficialmente nas cidades de Patos (MG) e Brasília (DF), onde o embaixador Alejandro de la Peña Navarrete fez a primeira obliteração, em cerimônia na Embaixada do México.


Sobre os Selos
Com foto de Caio Nantes, a imagem do selo brasileiro é a reprodução da foto de uma tradicional mesa de café, com espigas de milho e a raiz de mandioca, bem como algumas iguarias delas derivadas: broa e bolo de milho, pamonha, bolo de mandioca, pão de queijo, tapioca e beiju. Complementando o cenário, bule e xícaras de ágata, característicos dos lanches originalmente servidos, sobretudo nas cidades interioranas e zonas rurais. Toalhas vermelha e branca ressaltam os pratos e a decoração do momento.


Com foto de Sérgio Barranca Rábago, o selo mexicano divulga um de seus tradicionais pratos, Pozole, uma sopa, ou guizado, cuja origem é da era précolombiana, feita à base de milho, de carne e caldo de porco e servida com o acompanhamento de alface, rabanete, limão e outros ingredientes. Junto ao prato, o molho de rabanete, a espiga de milho e um copo de refresco de hibisco, conhecido no México como ‘Jamaica’, e a flor com que se faz a bebida completam a composição da imagem do selo. Foram utilizadas as técnicas de fotografia e computação gráfica.
Cada selo tem tiragem limitada de 150 mil unidades (300.000 selos, no total) e valor facial de R$ 2,30. Já o envelope 1º Dia de Circulação, tem uma tiragem de 8 mil unidades ao preço de R$ 1,20 cada.
As peças filatélicas podem ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline).



HISTÓRICO:
O milho e a mandioca, fortes elementos da identidade e do patrimônio cultural brasileiro, participam do sistema alimentar e das práticas culinárias associadas. Seu uso e produção diferem-se no território nacional e permitem rica leitura de tradições e hábitos da população, evidenciando influências indígenas, africanas, portuguesas, dentre outras.
Formas de plantio, tipo, uso diferenciado de lugar a lugar, variados costumes e preparos das comidas, tabus e superstições, práticas individuais e coletivas e transmissão de saberes de geração em geração, sintetizam e identificam culinárias regionais e a estruturação social dos grupos envolvidos.
Reconhecer sistemas agrícolas e alimentares tradicionais, elementos e práticas interdependentes de um sistema cultural complexo, suas formas de produção e consumo remete, no âmbito do Patrimônio Imaterial, às celebrações, aos lugares e às formas de expressão de um povo.
É indígena a culinária que deriva do milho e da mandioca, introduzida no sistema alimentar ocidental. Nela destacam-se comidas de forte valor cultural, nas várias regiões e grupos sociais brasileiros, como a canjica, a pamonha e o angu derivados do milho, a farinha, o beiju, o tucupi, o tacacá e a tapioca derivados da mandioca.
Assim como a mandioca mantém relação com os povos indígenas da Amazônia, o milho se relaciona aos povos Guarani, suas tradições e religiosidades presentes no Brasil, e em países vizinhos.
A história do milho está intimamente relacionada com o México, um dos maiores produtores desse cereal.
Por proporcionar diversidade no seu uso, exerce, também, papel de fundamental importância na gastronomia mexicana, cuja permanência ocorre desde centenas de gerações, que têm no milho o ingrediente básico para sua culinária.
Esta emissão registra não apenas a importância histórica do milho e da mandioca na cultura brasileira, mas, também, o bom relacionamento entre os dois países, Brasil e México, divulgando, nos selos, pratos tradicionais à base desses ingredientes: o selo brasileiro retrata ‘quitutes’ variados e o selo mexicano a tradicional sopa pozole. (Fonte: Célia Corsino, Diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN).


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